Um ato amplo, representativo e emocionante, realizado de maneira virtual, na noite desta quinta-feira (25), marcou os 99 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). A legenda com mais tempo em atividade no país celebrou sua trajetória de lutas exibindo mensagens enviadas por lideranças das mais diversas áreas e dedicando o ato à memória e ao legado do histórico dirigente Haroldo Lima, que faleceu na véspera do aniversário (24), vítima da Covid-19. Centenas de pessoas acompanharam o evento pelas redes sociais do PCdoB.
Em seguida, o presidente estadual do PCdoB-BA, Davidson Magalhães, destacou: “Haroldo Lima, ex-deputado federal, foi construtor do partido, dirigente e teórico de grande capacidade de elaboração e intervenção na realidade e agente do desenvolvimento”. E acrescentou: “Perdemos Haroldo Lima, que escapou da Chacina da Lapa, que enfrentou e derrotou a tortura nos porões da ditadura, que superou acidentes, e que terminou tombando junto com cerca de 300 mil compatriotas pela pandemia da Covid-19 que assola o país pela irresponsabilidade e falta de governo desse genocida que é Bolsonaro”.
Um dos momentos mais emocionantes ficou a cargo do também baiano e contemporâneo de Haroldo, o presidente da Fundação Maurício Grabois e ex-presidente do PCdoB, Renato Rabelo: “Faleceu nosso bravo e insigne camarada Haroldo Lima. Em mim, um impacto como um tufão cobre os mares. Haroldo era uma fonte fértil de ideias, de pensamento revolucionário e ímpeto contra as injustiças, a exploração e a dominação de nosso povo e dos povos do mundo. Era para Haroldo nos deixar nesta hora? Penso que não era. A nossa nação, o nosso povo, vivem um pesadelo de retrocessos. Haroldo deixa enorme vazio”.
PCdoB: Indispensável à democracia
A dirigente lembrou que “somos um país que construiu, com muita luta em defesa da saúde pública, um SUS com capacidade científica e técnica para desenvolver e aplicar vacinas com rapidez e eficiência. No entanto, a condução sabotadora do presidente Jair Bolsonaro tem colocado nosso país entre aqueles de pior desempenho no combate à pandemia”.
Luciana destacou que a luta em defesa da vida está no centro da disputa política neste momento. “O PCdoB atua nas mais diversas frentes para que o país vença a pandemia, para que haja mais leitos, para que nossa gente seja vacinada, para que as pessoas possam ter acesso ao auxílio emergencial”.
O PCdoB, enfatizou a presidenta, “se construiu imbricado com as lutas de nosso povo, desde aquele 25 de março de 1922 quando os nove delegados reunidos em um congresso realizado em Niterói tiveram a coragem e a ousadia de plantar a semente do partido da classe trabalhadora, que atua para transformar a realidade social”.
Após narrar os principais fatos da história do partido, Luciana colocou: “O PCdoB tem certeza de que a união de amplos setores democráticos poderá sim dar um basta ao bolsonarismo, preservando vidas e direitos. A unidade de amplas forças democráticas e populares é o caminho para a vitória”.
Luciana destacou ainda que “a luta para abrir caminhos para a reconstrução do Brasil se entrelaça com a luta pela diversidade partidária. Legislações que visam rebaixar e restringir a atuação de partidos programáticos, como o PCdoB, representam grandes retrocessos institucionais e democráticos. Por seu legado à nação e aos trabalhadores, o PCdoB é um partido indispensável à democracia brasileira. Homenageamos a todos os que, cotidianamente, contribuem para a construção desse instrumento da luta dos trabalhadores e para a construção de um país desenvolvido, soberano, democrático, socialmente avançado e solidário com os povos do mundo”.
Por fim, declarou: “O PCdoB comemora seus 99 anos conclamando a todas as forças vivas da sociedade, aos setores progressistas e democráticos a construirmos convergência em torno de um movimento em defesa da vida e da democracia. É hora de reagirmos!”.
História de lutas
O líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros, fez um balanço da atuação do partido nos parlamentos e enfatizou: “estamos mobilizados e unidos em defesa da vida, da vacina, da economia, do emprego, da renda e contra as ameaças do governo Bolsonaro à democracia, à soberania nacional e aos direitos do povo”.
Representatividade
O ato continuou com declarações de homenagem, apoio e agradecimento à atuação do PCdoB feitas por nomes da política, da cultura, da intelectualidade e dos movimentos sociais. Dentre eles, os governadores, de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); do Piauí, Wellington Dias (PT); da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania); o vice-governador do RN, Antenor Roberto (PCdoB) e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol).
No tradicional esforço do PCdoB em busca da formação de uma frente ampla para derrotar Bolsonaro, a legenda recebeu mensagens de representantes de partidos do campo democrático, como da ex-ministra Marina Silva (Rede), do ex-ministro e atual vice-presidente do PDT, Ciro Gomes, da presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PSB, Guilherme Boulos, representando o Psol, e dos presidentes, José Luiz Penna, do PV, Carlos Siqueira, do PSB, do PSDB, Bruno Araújo, do MDB, Baleia Rossi e do ex-presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM).
Uma mensagem de esperança foi declamada pelo grande e respeitado poeta Thiago de Mello que recitou “Madrugada Camponesa”, “Faz escuro, mas eu canto”, poema de grande admiração da militância comunista. Em seguida, falaram o presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo; o presidente do Instituto João Goulart, João Vicente Goulart; e Vanessa Grazziotin, secretária da Mulher do PCdoB.
Da área cultural, saudaram o partido a cantora e deputada estadual Leci Brandão; os cantores Zélia Duncan, Margareth Menezes e Leoni; os atores Antonio Grassi, Beth Mendes, Gregório Duvivier, Bruno Garcia, Osmar Prado e Paulo Betti, além dos escritores Antonio Marinho e Cida Pedrosa, vereadora do PCdoB em Recife.
Do campo acadêmico, intelectual e jurídico participaram os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Paulo Nogueira Batista Jr.; o diplomata Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa; o estudioso Demerval Saviani; Marly Vianna, historiadora; José Luiz Del Roio, ex-senador na Itália; Wadih Damous, jurista; Edward Madureira, reitor da UFG; Cesar Brito, ex-presidente da OAB; Carol Proner, jurista; Helena Nader, presidenta de honra da SBPC; Luis Nassif, jornalista e Fernando Moraes, escritor.
Pelos movimentos sindicais e sociais, falaram os dirigentes do PCdoB, Adilson Araújo, da CTB; Bira, da CGTB, além de Ricardo Patah, da UGT; Sérgio Nobre, da CUT; Miguel Torres, da Força Sindical; José Reinaldo Inácio, NCST; Edson Índio, da Intersindical; João Paulo, do MST; Fernando Pigato, do CNS; Lúcia Souto, Cebes; Gulnar Azevedo, Abrasco; Angela Guimarães, Unegro; Glaucia Morelli, CMB; Vanja Andrea, UBM; Silvinha Cavalleire, Coletivo Nacional LGBT do PCdoB; Getúlio Vargas Jr., Conam; Iago Montalvão, UNE; Rozana Barroso, Ubes; Tiago Morbach, UJS e Junior Almeida, JPL.
O ato foi entremeado por clipes de Jorge Manter (“A Bandeira do Meu Partido”) e do Hino Nacional Brasileiro e se encerrou com vídeo de homenagem ao legado de Haroldo Lima, mostrando um pouco dele e da história do PCdoB ao som do Hino da Internacional Socialista.
Assista abaixo a íntegra do ato:
Por Priscila Lobregatte
Fonte: pcdob.org.br
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