Para a deputada Perpétua Almeida, que já ocupou cargo no Ministério da Defesa, os que estão à frente, hierarquicamente no comando, não estão dispostos a embarcarem numa escalada antidemocrática
Publicado 30/03/2021 12:39 | Editado 30/03/2021 12:55
Caso tenha alguma pretensão autoritária com a troca de titular no Ministério da Defesa, Bolsonaro não encontrará guarida no comando das Forças Armadas. Para a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que já ocupou cargo estratégico na pasta, os que estão à frente, hierarquicamente no comando, não estão dispostos a embarcarem numa escalada antidemocrática.
Nesta segunda-feira (29), Bolsonaro trocou no comando da pasta o general Fernando Azevedo e Silva pelo também general Braga Neto. Em nota, o ministro que deixou o cargo saiu dizendo que sempre preservou as Forças Armadas como instituições de Estado.
“Bolsonaro mexe na hierarquia militar e interfere diretamente no que é muito caro internamente para as Forças. Ao indicar para o Ministério da Defesa o Braga Neto, antes subordinado de Pujol no Exército, cria um constrangimento ao comandante do Exército, que deve pedir para sair”, explicou a deputada.
Linha sucessória
De acordo com ela, se para o lugar de Pujol for indicado o quinto na ordem sucessória haverá dificuldades para “quatro dos quatro estrelas que estão à frente, hierarquicamente”. “Vão optar pela reserva? Bolsonaro não tem as Forças dispostas a embarcarem na sua escalada antidemocrática, eis a questão.”
Por fim, ela considerou um desrespeitos as Forças Armadas usar o poder de presidente para escolher o comando do Exército. “Tenta dar um cavalo de pau. Minha opinião clara: Bolsonaro pode fazer a mudança que fizer, mas os comandos vão sempre ter as Forças Armadas em primeiro lugar, em respeito as instituições”, disse.
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